Estudo - Os evangelhos sinóticos.

OS EVANGELHOS SINÓTICOS
Por Pr. Marcio Sousil



INTRODUÇÃO

Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez chamados “evangelhos sinóticos” por J. J. GRIESBACH, um estudioso da Bíblia de nacionalidade alemã no final do século XVII. O adjetivo “sinótico” vem do grego (synopsis), que significa “ver em conjunto”.

Quais são os evangelhos sinóticos? MATEUS, MARCOS E LUCAS.
Para Griesbach o termo sinóticos se deu devido ao alto grau de semelhança entre os livros.

QUAL A IMPORTÂNCIA DOS EVANGELHOS SINÓTICOS?

Nesses livros encontramos a história da vida Daquele que é o instrumento escolhido especialmente por Deus para fazer-se conhecer aos seres humanos. O significado da história e o destino de cada individuo dependem dos acontecimentos descritos nesses livros: a morte e ressurreição do Messias, Jesus.

QUAIS SÃO AS TRÊS INDAGAÇÕES SOBRE OS EVANGELHOS SINÓTICOS.

1º Como é que surgiu os evangelhos sinóticos?

2º Como devemos entender os evangelhos sinóticos?

3º O que os evangelhos sinóticos contam sobre Jesus?

A EVOLUÇÃO DOS EVANGELHOS SINÓTICOS.

Como os evangelhos sinóticos foram escritos? Uma resposta simples, e em alguns aspectos adequada, seria identificar as pessoas que, sob a inspiração do Espírito Santo de Deus, escreveram esses livros e assinalar as circunstâncias em que foram escritos. Mas, simplesmente identificar os autores dos evangelhos sinóticos deixa sem resposta algumas perguntas. Como os autores obtiveram as informações que utilizaram sobre Jesus? Por que os três relatos são tão parecidos em tantos lugares e tão diferentes em outros? Qual foi o papel dos próprios evangelistas—registrar a tradição? Autores com um ponto de vista próprio? E, para trazer à tona a questão maior que se oculta por trás de todas as demais__por que quatro evangelhos? Tais perguntas e outras semelhantes têm sido a preocupação de cristãos zelosos desde o início da igreja.

Embora possamos rejeitar como relevantes algumas das perguntas feitas durante esse período e até como simplesmente erradas muitas respostas dadas a tais perguntas, não podemos fugir á questão das origens dos evangelhos sinóticos e do relacionamento entre eles. O numero e a natureza dos evangelhos dão margens a tais perguntas de ordem literária e histórica. Ademais, um dos evangelistas menciona como, no seu caso, chegaram-lhe as informações contidas em seu evangelho. Lucas reconhece três etapas na origem do seu evangelho.

1º As testemunhas oculares.

2º ministros da palavra, que transmitiram a verdade acerca de Jesus.

3º O próprio Lucas, que depois de fazer uma acurada investigação dessas fontes, agora elabora seu próprio relato em ordem, ou seja com ordem e sequência.

A Etapa de tradições orais: A crítica da forma.

No curso da investigação das origens dos evangelhos, surgiram ao longo dos últimos 200 anos vários enfoques diversos e distintos, cada um deles enfatizando aspectos ou etapas diferentes do problema. Em particular, três enfoques deram contribuições distintas e relevantes para o problema das origens e desenvolvimentos dos evangelhos:

1º A crítica da forma: Que concentra a atenção no período de transmissão oral.

2º A crítica das fontes: Que focaliza a maneira como unidades literárias diferentes foram reunidas para construir os evangelhos.

3º A crítica da redação: Que focaliza as contribuições literárias e teológicas dos autores dos evangelhos.

Esses métodos correspondem de modo geral ás três etapas que Lucas menciona em sua introdução. Eles contudo, não são mutuamente exclusivos; na atualidade, a maioria dos críticos emprega simultaneamente todas os três no que se convencionou chamar de ánalise da tradição ou crítica da tradição.

A Etapa de fontes escritas: A crítica das fontes ( o problema sinótico).

A etapa oral Do desenvolvimento dos evangelhos sinóticos, provavelmente incluía também algumas tradições escritas acerca da vida e o ensino de Jesus. Alguns dos apóstolos podem ter tomado notas dos ensinos e atividades de Jesus durante o próprio ministério tendo eles e outras testemunhas oculares provavelmente acelerando o processo depois da ressurreição. Mas é provável que só mais tarde um período de transmissão predominantemente oral abriu espaço para um período em que começaram a ser elaborados corpos mais substanciosos de tradição escrita, num processo que acabou conduzindo aos evangelhos canônicos. 

A crítica das fontes dedica-se à investigação dessa etapa escrita na produção dos evangelhos. Ela faz e procura responder a seguinte pergunta: Que fontes escritas, se é que ouve, os evangelistas empregaram na compilação de seus evangelhos?

A Etapa final de composição: A crítica da redação

A crítica da redação procura descrever os objetos teológicos dos evangelistas ao analisar a maneira como empregam suas fontes. É assim que sem negar a necessidade de os críticos da forma estudarem as tradições orais ou as necessidades de os críticos das fontes investigarem as fontes escritas, os críticos da redação insistem em que se deve reconhecer o devido papel dos evangelistas como autores: Pessoas que, por mais dependentes que fossem de fontes e tradições, com criatividades e propósitos moldaram essa tradição numa unidade literária com teologia própria. O trabalho dos evangelistas não foi simplesmente reunir tradições e fontes e então costura-las lado a lado. Eles acrescentaram modificações próprias àquelas tradições e, com isso, deram ênfase específicas à história da vida de Jesus. A crítica da redação é portanto, um método de estudo dos evangelhos .



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
D.A. Carson, Douglas J. Moo e Leon Morris. Introdução ao Novo Testamento. 1ª Ed., São Paulo: Vida Nova, 1997.

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